terça-feira, 31 de julho de 2012

Internet em casa com fibras ópticas

Sonho internético

Internet extremamente rápida, conexões mais robustas e um grande aumento na capacidade da rede, mesmo em áreas rurais, tudo com custo baixo.
É o tipo de fantasia que mantém os executivos das empresas de telecomunicações e os usuários da internet sonhando acordados ... até agora.
Uma nova tecnologia de fibras ópticas desenvolvida por um consórcio europeu promete tudo isso e muito mais.
O grupo de engenheiros de universidades, institutos de pesquisa, fornecedores de equipamentos e operadores de telecomunicações se uniu em torno do projeto SARDANA (Scalable advanced ring-based passive dense access network architecture).


Internet a velocidade da luz


O objetivo era desenvolver técnicas pioneiras para melhorar drasticamente a escalabilidade e a robustez das redes de fibras ópticas.
O grupo estava especialmente interessado em viabilizar a chegada das fibras ópticas até as residências, escritórios e empresas.
O projeto demonstrou a viabilidade de velocidades de conexão de até 10 Gigabits por segundo (Gbps) - cerca de 2.000 vezes mais rápido do que a maioria das conexões à internet de hoje.
Mais importante para que isso se torne uma realidade, os pesquisadores mostraram que tais velocidades podem ser atingidas com um custo extra relativamente modesto, usando a infraestrutura de fibras ópticas já existente e componentes já disponíveis no mercado.


Redes ópticas passivas


As redes de fibras ópticas que chegam até as residências (fibre-to-home networks), também conhecidas como redes ópticas passivas, têm uma estrutura em árvore, com o papel de raiz desempenhado por uma central de comutação.
O termo "passivo" refere-se à utilização de divisores ópticos que não precisam de energia adicional para funcionar.
Da central, um grosso tronco principal de cabos se espalha em ramos cada vez mais finos, até que uma única fibra chegue até as casas ou empresas.
As redes passivas convencionais usam o protocolo TDM (Time Division Multiplexing), um método de multiplexação no qual os sinais são transferidos de forma aparentemente simultânea, como sub-canais em um canal de comunicação. Mas, na realidade, eles estão fisicamente se revezando no canal.
Na prática, isso significa que uma conexão de 5 Gbps no escritório central pode se transformar em uma conexão de 30 Mbps na casa ou empresa do cliente. Pior do que isso é que a banda de subida, que transmite os dados do cliente para a internet, é apenas uma fração disso.


De árvores a anéis

Os pesquisadores do projeto Sardana estão propondo uma abordagem diferente e totalmente nova, permitindo não apenas conexões muito mais rápidas, mas também maiores capacidade e robustez.
Em vez de uma única grande árvore, eles estão propondo usar várias árvores menores ramificando até os usuários finais a partir de um anel principal.
O anel transmite os sinais bidirecionalmente a partir da central utilizando o protocolo WDM (Wave Division Multiplexing), uma tecnologia de multiplexação que permite o transporte simultâneo de diferentes sinais na mesma fibra óptica, utilizando diferentes comprimentos de onda de laser - lasers de várias cores.
Em nós remotos ao longo do anel, os sinais são separados em árvores de fibras únicas que irão até as residências e empresas, utilizando a tecnologia TDM.
A abordagem do anel bidirecional aumenta a robustez da rede, porque se o cabo for interrompido em qualquer ponto no anel WDM, o sinal continuará chegando até os usuários finais pelo outro lado. Ele também resulta em aumentos maciços na velocidade de conexão.
Embora ainda em fase experimental, se implantada comercialmente, a tecnologia marcaria um grande salto no desempenho das redes totalmente ópticas, solucionando um dos maiores desafios atualmente enfrentados pelos prestadores de serviços e pelos consumidores: maior velocidade e segurança na manutenção dos sinais

domingo, 15 de julho de 2012

Aparelho de baixo custo controla computador com os olhos

Sem as mãos
Implantes neurais, interfaces cérebro-máquina e sensores já permitem controlar computadores, próteses e até robôs, apenas com o pensamento.
A maioria, contudo, ainda está em estágio de pesquisas, disponíveis apenas para laboratórios - os poucos disponíveis têm baixa resolução e ainda são equipamentos caros.
Mas isso está prestes a mudar, graças ao trabalho de dois engenheiros do Imperial College, de Londres.
William Abbot e Aldo Faisal construíram um equipamento capaz de controlar um computador apenas com os olhos a um custo de cerca de US$60 (R$125,00).
Segundo eles, a tecnologia logo estará disponível para pessoas com diversos tipos de deficiências, incluindo pacientes de esclerose múltipla, Parkinson, distrofia muscular, lesões na medula espinhal ou amputados.
Controle do computador com os olhos
Fabricado com equipamentos comprados no comércio, o aparelho monitora com exatidão o movimento dos olhos, permitindo o controle de um cursor na tela exatamente como um mouse.
Com um consumo inferior a 1 watt, o aparelho, batizado de GT3D, pode transmitir os dados para qualquer computador rodando Windows ou Linux, conectado a uma porta USB ou por meio de uma conexão Wi-Fi.
Na demonstração, os pesquisadores permitiram que voluntários, sem nenhum treinamento, usassem o equipamento para brincar de Pong, usando apenas os olhos.
O sistema é composto por duas câmeras de baixo custo montadas sobre um par de óculos.
As câmeras capturam continuamente a imagens dos olhos, enquanto um programa processa as imagens e determina o movimento da pupila.
Esse movimento faz as vezes do mouse, controlando o cursor na tela. O clique é feito por um movimento especial do olho, que pode ser calibrado no software.
Profundidade do olhar
O programa de controle já alcançou uma precisão suficiente para determinar a "profundidade do olhar" - ele determina se o usuário está focando o olhar mais próximo ou mais distante.
Embora ainda não tenham tirado proveito dessa capacidade na versão atual do GT3D, os pesquisadores afirmam que isso poderá permitir o controle de cadeiras de rodas ou próteses robotizadas.
Nesses casos, bastará que o usuário focalize o olhar no ponto para onde deseja se deslocar, ou onde quer colocar a mão, por exemplo.
Bibliografia:

Ultra-low-cost 3D gaze estimation: an intuitive high information throughput compliment to direct brain-machine interfaces
William W. Abbott, Aldo A. Faisal
Journal of Neural Engineering
Vol.: 9 046016
DOI: 10.1088/1741-2560/9/4/046016

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Disco histórico toca novamante a partir de uma fotografia

Imagens que falam
Por mais modernas que nos pareçam, as tecnologias sempre envelhecem.
Sensação quando foi inventada, no fim do século 19, tudo o que resta de uma das primeiras gravações de som feita pelo homem é uma fotografia.
O disco guarda a voz abafada de Emile Berliner, o pai do gramofone (ou fonógrafo), recitando a poesia "A Luva", de Friedrich Schiller.
Mas se tudo o que resta do disco é uma fotografia, como é que sabemos o que há nele?
É que o envelhecimento de uma tecnologia pressupõe o surgimento de uma nova tecnologia, mais moderna.
E Patrick Feaster e seus colegas da Universidade de Indiana, nos Estados Unidos, usaram todas as técnicas ao seu alcance para decodificar o som registrado no disco usando apenas sua fotografia.
Digitalização
Feaster digitalizou a imagem e processou o arquivo para "desenrolar" os sulcos do disco.
A surpresa foi que a imagem, registrada em uma revista alemã impressa em 1890, tinha resolução suficiente para identificar quase completamente as ondulações dos sulcos, que representam as ondas sonoras registradas no disco.
O pesquisador então criou um arquivo linear, que lembra um pouco um clip de áudio moderno, e utilizou um programa especialmente desenvolvido para ler as ranhuras do disco e transformá-las em sons.
Embora não tenha conseguido datar precisamente a gravação, Feaster ainda assim acredita que se trata de um dos primeiros experimentos com o gramofone, uma inovação que viria maravilhar toda uma geração.
"Há 25 bibliotecas no mundo que têm esse exemplar [da revista Über Land und Meer], o que o torna extremamente raro. Mas nós fizemos o que nenhuma delas consegue fazer: tocamos o disco novamente," comemorou ele.
Recentemente, outra equipe reconstruiu as primeiras gravações de som da história, mas a partir de disco reais, guardados no Museu Smithsoniano.

domingo, 8 de julho de 2012

Câmara aprova preferência para o software livre

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados aprovou nesta quinta-feira uma proposta que dá preferência de gastos públicos em produtos informatizados baseados em software livre. Com o código aberto, esses programas podem ser livremente adaptados e usados como base para outros softwares.

A decisão faz parte de Projeto de Lei 6685/06, do Senado, que dá prioridade ao software livre nos gastos relacionados ao Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust) - um programa de inclusão digital de instituições do ensino público, hospitais, bibliotecas, órgãos de segurança pública, instituições de apoio a deficientes e que prioriza cidades remotas e com interesse estratégico, como as que ficam na fronteira com outros países.

O relator José Rocha (deputado federal pelo PR-BA) fez apenas uma ressalva à proposta original, adicionada à lei depois do protesto de vários deputados, que permite o uso de softwares proprietários apenas no caso de não existir uma alternativa em software livre que atenda às necessidades de uso. O projeto ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça e de Cidadania.

A importância do software livre

Apesar de parecer irrelevante ou meramente técnico para grande parte dos brasileiros, o projeto na verdade tem interesse estratégico. O Brasil sofre grande pressão de lobbystas de multinacionais da tecnologia para o uso de tecnologias proprietárias, como afirmou o ex-presidente Luiz Inácio da Silva em visita ao Fórum do Software Livre de 2009, realizado em Porto Alegre.

No ano passado, o Wikileaks divulgou um documento diplomático norte-americano que comprova a pressão das gigantes da computação ao governo brasileiro.

O relatório "Microsoft vê ataque do governo contra propriedade intelectual" – escrito em 2007 pelo cônsul-geral dos EUA em São Paulo, Thomas White – narra uma visita ao Planalto do embaixador dos EUA no Brasil, Clifford Sobel, e do presidente da Microsoft no país, Michel Levy. Ambos tinham justamente o objetivo de pressionar o governo brasileiro para a adoção de tecnologias proprietárias da empresa em iniciativas públicas.

Uma das maiores preocupações narradas por eles era com a então ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, que era uma das líderes dentro do governo em iniciativas para a redução no pagamento de royalties e criação de uma cultura brasileira de software livre.

Todo ano, o Brasil manda cerca de R$ 2 bilhões ao exterior para o pagamento de direitos de softwares proprietários.

Redes complexas têm esqueleto que evolui por consenso

Complexidade inteligível
Frequentemente, um objeto, ou um "todo" qualquer, possui algumas partes mais relevantes.
É o caso do principal ingrediente de um prato, das formas e cores de uma pintura ou de algumas melodias em uma sinfonia.
Mas, até agora, era quase impossível detectar algum traço distintivo em redes muito complexas.
Imagine a internet, as rotas de tráfego de uma grande cidade, as redes neurais ou a rota de espalhamento de uma epidemia global.
Quando postas na forma de um gráfico, essas redes aparecem na forma de um emaranhado aparentemente caótico.
Mas é só na aparência.
Esqueleto da rede
Um grupo internacional de pesquisadores conseguiu desenvolver uma técnica para simplificar as redes complexas, até chegar ao seu esqueleto.
E, além de demonstrar que todas essas redes complexas possuem uma espécie de espinha dorsal em comum, eles demonstraram que esse núcleo básico se desenvolve de forma muito similar ao esqueleto dos vertebrados.
É claro que a espinha dorsal de um ser humano é bem diferente da de um morcego. Mas os pesquisadores afirmaram ter elementos para mostrar que, assim como os animais, as diversas redes complexas evoluem de forma similar.
"As doenças infecciosas, como H1N1 e SARS, se espalham de forma semelhante, e o esqueleto da rede desempenha um papel importante na formação desse espalhamento global," disse Dirk Brockmann, da Universidade Northwestern, nos Estados Unidos.
"Agora, com este novo entendimento e, olhando para o esqueleto, deveremos ser capazes de usar esse conhecimento no futuro para prever como um novo surto poderá se espalhar," estima ele.
Teoria das redes
Inicialmente, o paralelo com a evolução parece ser bem adequado.
Sistemas complexos, tais como a Internet, as redes sociais, a rede de distribuição elétrica, a consciência humana, e mesmo uma colônia de cupins - geram comportamentos complexos.
A estrutura de um sistema desses emerge localmente, ele não é projetado ou planejado. Os componentes da rede operam juntos, interagindo e influenciando uns aos outros, conduzindo a evolução da rede.
Extrair características estruturais significativas a partir dos dados da rede pronta é um dos maiores desafios da teoria das redes.
Evolução por consenso
Contudo, os paralelos com a evolução biológica parecem terminar rapidamente.
Em vez de uma seleção por competição, os pesquisadores encontraram uma evolução consensual.
"A chave para a nossa abordagem foi perguntar quais elementos da rede são importantes da perspectiva de cada nó individualmente," explica Brockmann. "Quais links são mais importantes para cada nó, e qual é o consenso entre os nós?"
"Curiosamente, descobrimos a existência de um inesperado grau de consenso entre todos os nós em uma rede. Os nós, ou aceitam que um link é importante, ou concordam que ele não é importante. Praticamente não há nenhuma discordância," conclui ele.
Computando esses consensos - a força, ou a importância, de cada nó na rede - os pesquisadores produziram um esqueleto para cada rede que eles estudaram, formado apenas por aqueles links aos quais todos os nós atribuíram maior importância.
E os esqueletos desenvolvem-se de forma muito semelhante de uma rede para outra, por mais distintos que sejam os fenômenos que elas representem.
Além de prever epidemias, o trabalho poderá ser importante para os oráculos da era tecnológica, que planejam usar as redes complexas para prever o futuro.
Bibliografia:

Robust classification of salient links in complex networks
Daniel Grady, Christian Thiemann, Dirk Brockmann
Nature Communications
Vol.: 3, Article number: 864
DOI: 10.1038/ncomms1847

Deficientes visuais "enxergam" com aparelho que traduz cores em música

Dispositivos de substituição sensorial
Pesquisadores criaram um novo dispositivo para ajudar pessoas cegas a não apenas perceberem o ambiente ao seu redor, mas também a identificar objetos individuais.
Já existem vários trabalhos que tentam criar "mapas sonoros do ambiente", convertendo imagens em sons.
O objetivo final é construir os chamados "dispositivos de substituição sensorial", aparelhos que usam diversas tecnologias para traduzir as informações de um sentido - geralmente não funcional no indivíduo - por informações que afetem outro sentido.
Alguns desses estudos já estão em estágio avançado de testes.



Transformando imagens em sons
Mas Maxim Dupliy e seus colegas não queriam apenas uma forma de ajudar as pessoas cegas a caminharem dentro ou fora de casa: eles queriam construir algo mais funcional, que permita, por exemplo, que uma pessoa pegue uma fruta, ou aperte a mão de um amigo.
O aparelho, batizado de EyeMusic, usa uma câmera para capturar as imagens. Cada imagem digital é processada, transformando os pixels em notas musicais.
Por exemplo, os pixels na vertical, que mostram a altura dos objetos, são representados por notas musicais que variam do grave (objetos mais baixos) ao agudo (objetos mais altos).
A localização horizontal de cada pixel é indicada pela temporização das notas musicais, com tempos maiores indicando a direita, e tempos menores a esquerda.
O brilho de cada parte da imagem é codificado pelo volume do som.
Música para os meus olhos
Mas ninguém gosta de "ouvir em preto e branco". Restava então codificar as cores.
Para isso, foram usados diferentes instrumentos musicais, um para cada uma de cinco cores.
O azul é representado pelo trompete, o vermelho pelo órgão, o verde pelo órgão de palheta sintetizado e o amarelo pelo violino. Finalmente, o branco é representado por um vocal e o preto pelo silêncio.
Os pesquisadores preocuparam-se também com o lado artístico, para que os sons soem sempre suaves e harmônicos, evitando apitos e chiados desconfortáveis ou desagradáveis.
"As notas se estendem por cinco oitavas e foram cuidadosamente escolhidas por músicos para criar uma experiência agradável para os usuários," disse Amir Amedi, coautor do estudo.
Percepção espacial no cérebro
Se na descrição parece tudo muito complicado, na prática deu-se o contrário: os usuários conseguiram operar o dispositivo muito rapidamente, alguns deles com apenas meia hora de treinamento.
Assim, o experimento dá suporte à hipótese de que a representação do espaço no cérebro pode não ser dependente de como a informação espacial é recebida, e que é necessário muito pouco treinamento para criar uma representação do espaço sem a visão - isto pode ser feito, como se comprovou, usando sons.
"O nível de precisão alcançado em nosso estudo indica que é factível usar um dispositivo de substituição sensorial para realizar tarefas do dia-a-dia, indicando um grande potencial para seu uso em terapias de reabilitação," concluiu.
Bibliografia:

Fast, Accurate Reaching Movements with a Visual-to-Auditory Sensory Substitution Device
Maxim Dupliy, Amir Amedi and Shelly Levy-Tzedek
Restorative Neurology and Neuroscience
Vol.: 30: 4 (July 2012)
DOI: 10.3233/RNN-2012-110219

sexta-feira, 6 de julho de 2012

O papel do professor: guiar o aprendizado

A facilidade com que os alunos interagem com a tecnologia também impôs uma mudança de comportamento em sala de aula. Hoje, já não é exclusividade dos mais jovens manter blogs, atualizar perfis em redes sociais ou bater papo com amigos na internet. A geração digital passou a exigir que o professor fizesse o mesmo - e ele está mudando pouco a pouco. Os motivos são claros. Em um mundo onde todos recorrem à rapidez do computador, nenhuma criança aguenta mais ouvir horas de explicações enfadonhas transcritas em uma lousa monocromática. "A tecnologia faz parte do cotidiano de todos os jovens. Os alunos esperam que o professor se utilize disso em sala de aula. Seu papel mudou completamente, mas continua essencial. Ele guia o processo de aprendizagem, sendo o elo entre o aluno e a comunidade científica", afirma Linda Harasim, professora da Universidade Simon Fraser, em Vancouver, no Canadá. Confira o perfil do novo professor.
O problema é, justamente, adaptar a tecnologia ao conteúdo pedagógico. É consenso entre os especialistas que não basta apenas investir em laboratórios, salas multimídia e projetores de luz. Muitas escolas, mesmo aquelas que gastam rios de dinheiro em equipamentos de última geração, deixam de lado o treinamento dos professores. Sem mudança na metodologia, as novas ferramentas são subtilizadas. "Passamos praticamente uma década do novo milênio e nosso modelo educacional ainda reflete a prática dos séculos XIX e XX. A internet ainda é usada, geralmente, como tampa-buraco ou enfeite nas salas de aula tradicionais", acrescenta Harasim.
O professor de informática Jean Marconi, de Brasília, acompanhou de perto a dificuldade imposta pelos novos recursos tecnológicos. Quando o colégio onde trabalha investiu pela primeira vez em equipamentos digitais, a direção não se preocupou em desenvolver um novo método de ensino nem capacitar os professores. Marconi aproveitou a formação em tecnologia da educação e propôs à escola treinar seus colegas. Hoje, segundo ele, todos já têm contato com as novidades e criam projetos para suas próprias disciplinas. "O colégio tinha a proposta, mas andava a passos lentos. Fui, então, de professor em professor despertando a curiosidade. Consegui que houvesse uma integração entre o conhecimento do educador e a tecnologia. Mas há alguns que ainda têm medo de mexer com essas ferramentas".
Para a pedagoga Sílvia Fichmann, coordenadora do Laboratório de Investigação de Novos Cenários de Aprendizagem (LINCA) na Escola do Futuro da USP, um dos motivos pelos quais os professores ainda resistem em utilizar a tecnologia é o receio de perder o posto de detentor único de conhecimento. "A internet rompeu com uma série de paradigmas. O professor, hoje, tem de se conscientizar de que não sabe tudo e precisa ser muito mais parceiro do aluno na busca pelo saber", afirma. Sílvia diz que não é fácil lidar com as novas ferramentas, mas cabe ao educador coordenar e orientar as tarefas. "O problema é que existem três tipos de professor: os que preferem o método tradicional, aqueles que não sabem utilizar a tecnologia e, finalmente, os que se adaptaram ao novo contexto. Eles convivem em uma mesma sala de aula, o que impede a adoção completa da tecnologia", completa

Realidade aumentada e jogos de vídeo a caminho da Universidade

OCDE aborda papel das tecnologias emergentes na educação

2012-05-03

Os livros eletrónicos (e-books) são objetos comuns na maioria das universidades
Os livros eletrónicos (e-books) são objetos comuns na maioria das universidades
Telemóveis e livros eletrónicos (e-books) são objetos comuns na maioria das universidades. Mas depressa vão tornar-se ‘vulgares’ com a mudança que se aproxima, segundo a Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Económico (OCDE).

De acordo com o jornal espanhol ABC o panorama antes dominado pelas pastas e livros pesados e por um computador na biblioteca que estava sempre ocupado, já foi trocado pelo computador portátil, pelo telemóvel, MP3 e tabletes. Os universitários desfrutam hoje de comunicações de alta velocidade com redes sem fio e utilizam facilmente tecnologias da informação e comunicação. E também os professores fazem uso destes avanços tecnológicos.
Um grupo internacional de especialistas em educação publicou recentemente um relatório (The Horizon Report 2011) sobre tecnologias emergentes e o seu possível papel na educação. As conclusões desse estudo apontam que os recursos no ensino superior num futuro não muito distante serão muito mais do que e-books e telemóveis. Durante os próximos cinco anos, técnicas como a realidade aumentada, jogos de vídeo, outros jogos baseados em informática e computação com gestos vão encontrar uma maneira de entrar nos campus universitários.

Vigilância nos mares europeus tem marca portuguesa

Tecnologia desenvolvida pela Inovaworks apresentada hoje na Comissão Europeia

2012-06-07
Tecnologia foi desenvolvida para o projecto europeu BlueMassMed
Tecnologia foi desenvolvida para o projecto europeu BlueMassMed
A tecnologia portuguesa GeoC2, a solução inovadora 3D para comando e controlo no âmbito da cooperação civil-militar da empresa portuguesa Inovaworks Command and Control, é hoje apresentada à Comissão Europeia, em Bruxelas.
Esta tecnologia será o motor da componente portuguesa do projecto europeu BlueMassMed – uma iniciativa da Comissão Europeia que inclui Portugal, Espanha, França, Itália, Grécia e Malta, e que foi desenvolvido para fomentar a partilha de informação operacional entre 47 forças e entidades envolvidas no exercício da autoridade do Estado no mar, das quais 12 são portuguesas. O projecto quer monitorizar o tráfego marítimo destes países. Os objectivos passam, por exemplo, por controlar problemas como possíveis colisões, naufrágios e contrabando.
A solução GeoC2, construída no último ano e meio pela Inovaworks Command and Control (uma spin-off do laboratório de tecnologia Inovaworks), foi desenvolvida em estreita colaboração com a então Estrutura de Missão para Assuntos do Mar (EMAM), papel que veio posteriormente a ser assumido pela Direcção-Geral de Política do Mar (DGPM).
Este produto tem como principais elementos diferenciadores o uso de um núcleo de sistema de informação geográfico (SIG) puramente 3D, em que é possível criar e analisar áreas, corredores e volumes subaquáticos, marítimos ou aéreos de forma expedita, e a sua abertura a múltiplas organizações nacionais através da capacidade de integração, análise e partilha de informação baseada em standards abertos, oferecendo uma abordagem orientada para a disponibilidade de múltiplos serviços e redes federadas.
Hugo José Pinto, director-geral da Inovaworks Command and Control, afirma que a sua equipa ficou “entusiasmada com a utilização da solução de Comando e Controlo GeoC2 num projecto desta natureza e dimensão”. Foi “com muito orgulho que empenhámos uma equipa de excelência para colaborar com a DGPM”.
A solução implementada, esclarece, “permite a análise, a partilha de informação e a comunicação em tempo real sobre uma 'sala de situação' virtual em que todos os intervenientes das organizações portuguesas e dos parceiros europeus podem trabalhar em conjunto”.

Nova tecnologia distingue ritmos unipessoais na utilização de teclados


Keystroke Dynamics tornará sistemas informáticos mais seguros

2012-06-12
Cada pessoa tem uma forma própria de digitar em teclados
Cada pessoa tem uma forma própria de digitar em teclados
Tal como a grafalogia revela muito de nós, a forma como digitamos no teclado também é única. A Universidade do Minho (UMinho) e a Critical Software desenvolveram uma tecnologia que distingue os ritmos unipessoais na utilização de teclados, podendo vir a assegurar uma maior segurança dos cidadãos e instituições a nível nacional e internacional.

As duas entidades assinaram hoje o contrato de licença exclusiva de exploração da inovação, a «Keystroke Dynamics», que vai passar a ser gerida pela Critical Software. Vão estar presentes na sessão o director-geral da Critical, Gonçalo Quadros, o reitor António M. Cunha e o vice-reitor José F.G. Mendes. A iniciativa acentua a abertura da universidade ao mercado e a sua aposta contínua na inovação científica.
A Keystroke Dynamics monitoriza a interacção do utilizador com o teclado de forma contínua e transparente. Cada pessoa tem uma forma própria de digitar em teclados ou em combinações de teclas, que é determinada por processos neurofisiológicos intransmissíveis. Esta tecnologia traça o perfil biométrico do utilizador legítimo, através de verificações de identidade sucessivas. A partir daí fica assegurado que qualquer tentativa de digitação por parte de intrusos será detectada de imediato, despoletando um conjunto de acções previamente definidas.

Esta tecnologia vem revolucionar a forma de autenticação e criar uma oportunidade de tornar os sistemas informáticos muito mais seguros. Poderá eventualmente ser alargada à observação de outros tipos de comportamentos e com outros interfaces. A tecnologia era detida em co-titularidade pela UMinho e pela Critical Software, no âmbito de uma investigação conjunta, sob coordenação do professor Henrique Santos, do Departamento de Sistemas de Informação. A partir de agora será explorada em exclusivo pela Critical Software, com o pagamento de “royalties” à UMinho pelo seu papel no desenvolvimento do algoritmo.

Segundo comunicado da instituição, a Keystroke Dynamics é encarada pelos especialistas como um grande passo para o futuro na segurança da informação, uma vez que as TIC (Tecnologias de Informação e Comunicações) estão no centro da actividade humana. Entre as tecnologias criadas para tornar estes sistemas mais seguros, a primeira linha de defesa na interacção homem-máquina é o “controlo de acessos”, sendo que a palavra-passe é a sua forma de autenticação mais comum e, também, cada vez mais vulnerável, face aos crescentes casos de roubo e uso indevido de credenciais.

O QUE É TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO???

Antes de tudo, a informação

A informação é um patrimônio, é algo que possui valor. Quando digital, não se trata apenas de um monte de bytes aglomerados, mas sim de um conjunto de dados classificados e organizados de forma que uma pessoa, uma instituição de ensino, uma empresa ou qualquer outra entidade possa utilizar em prol de algum objetivo.
A informação é tão importante que pode inclusive determinar a sobrevivência ou a descontinuidade das atividades de um negócio, por exemplo. E não é difícil entender o porquê. Basta imaginar o que aconteceria se uma instituição financeira perdesse todas as informações de seus clientes ou que uma pessoa poderia ficar rica da noite para o dia porque conseguiu descobrir uma informação valiosa analisando um grande volume de dados.
É por tamanha importância que, apesar de possível, muito dificilmente uma entidade de grande porte consegue perder suas informações, principalmente quando se trata de bancos, cadeias de lojas, companhias aéreas, instituições de pesquisas e afins. Por outro lado, se tem uma coisa que ocorre com bastante frequência é o uso inadequado de informações ou, ainda, a subutilização destas. É nesse ponto que a Tecnologia da Informação pode ajudar.

Tecnologia da Informação

TI A Tecnologia da Informação (TI) pode ser definida como o conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos de computação que visam permitir o armazenamento, o acesso e o uso das informações. Na verdade, as aplicações para TI são tantas - estão ligadas às mais diversas áreas - que há várias definições para a expressão e nenhuma delas consegue determiná-la por completo.
Sendo a informação um patrimônio, um bem que agrega valor e dá sentido às atividades a utilizam, é necessário fazer uso de recursos de TI de maneira apropriada, ou seja, é preciso utilizar ferramentas, sistemas ou outros meios que façam das informações um diferencial. Além disso, é necessário buscar soluções que tragam bons resultados, isto é, que permitam transformar as informações em algo de maior valor ainda, principalmente se isso for feito considerando o menor custo possível.
A questão é que não existe "fórmula mágica" para determinar como utilizar da melhor maneira as informações. Tudo depende da cultura, do mercado, do segmento e de outros aspectos relacionados ao negócio ou à atividade. As escolhas precisam ser bem feitas. Do contrário, gastos desnecessários ou, ainda, perda de desempenho e competitividade podem ser a consequência.
Tome como base o seguinte exemplo: se uma empresa renova seu parque de computadores comprando máquinas com processadores velozes, muita memória e placa de vídeo 3D para funcionários que apenas precisam utilizar a internet, trabalhar com pacotes de escritório ou acessar a rede, a companhia fez gastos desnecessários. Comprar máquinas de boa qualidade não significa comprar as mais caras, mas aquelas que possuem os recursos necessários.
Por outro lado, imagine que uma empresa comprou computadores com vídeo integrado simples à placa-mãe (onboard) e monitor de 15 polegadas para profissionais que trabalham com Autocad. Para esses funcionários, o correto seria fornecer computadores que suportassem aplicações pesadas e um monitor de, pelo menos, 19 polegadas. Máquinas mais baratas certamente conseguiriam rodar o programa Autocad, porém com lentidão, e o monitor com área de visão menor dá mais trabalho aos profissionais. Neste caso, percebe-se que a aquisição das máquinas reflete diretamente no desempenho. Por isso, é preciso conhecer quais as necessidades de cada setor, de cada departamento, de cada atividade, de cada indivíduo.
Veja este outro exemplo: uma empresa com 50 funcionários, cada um com um PC, adquiriu um servidor de rede que suporta 500 usuários conectados ao mesmo tempo. Se a empresa não tem expectativa de aumentar seu quadro de funcionários, comprar um servidor deste porte é o mesmo que comprar um ônibus para uma família de 5 pessoas. Mas o problema não é apenas este. Se este servidor, por alguma razão, parar de funcionar, a rede ficará indisponível e certamente atrapalhará as atividades da empresa. Neste caso, não seria melhor adquirir um servidor mais adequado às necessidades da companhia ou mesmo considerar o uso de uma solução baseada em computação nas nuvens, por exemplo?

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Vírus pode atacar quase 250 mil computadores na segunda-feira

Quase 250 mil usuários de computadores podem ficar sem acesso à Internet no mundo todo na segunda-feira por causa de um software malicioso usado num golpe que as autoridades dos Estados Unidos disseram ter desbaratado em novembro. Alguns blogs e reportagens deram grande ênfase ao risco de um "apagão" na Internet. Mas especialistas dizem que apenas uma pequena fração dos computadores está sob risco, e que os provedores de acesso estarão atentos para restaurar rapidamente o serviço em caso de problemas. Segundo eles, a ameaça é pequena em comparação a outros vírus mais difundidos, como o Zeus e o SpyEye, que infectam milhões de PCs e são usados para fraudes financeiras. Nesta semana, cerca de 245 mil computadores no mundo todo continuavam infectados pelo "Alureon" e seus "parentes", segundo a firma de segurança Deteque. Isso inclui 45.355 computadores nos Estados Unidos. Os vírus são programados para redirecionar o tráfego de Internet para servidores DNS controlados por criminosos, segundo o FBI. Servidores DNS são ferramentas que distribuem o tráfego da Internet. Quando as autoridades derrubaram os servidores "bandidos", um juiz federal de Nova York determinou que os servidores temporários fossem mantidos enquanto as máquinas das vítimas eram consertadas.
Os servidores temporários serão desativados à 0h01 de segunda-feira (1h01 em Brasília), o que significa que computadores que não tenham sido consertados até lá não poderão mais acessar a Internet.
Alguns provedores dos Estados Unidos, como AT&T e Time Warner Cable, adotaram soluções temporárias para que seus clientes possam acessar a Internet usando o endereço dos servidores DNS dos criminosos.
Informações sobre como identificar e limpar infecções podem ser encontradas em um site criado por um grupo de empresas de segurança e outros especialistas: http://www.dcwg.org
"É muito fácil de consertar", disse Gunter Ollmann, vice-presidente de pesquisas da firma de segurança Damballa. "Há muitas ferramentas disponíveis."
Muitas das máquinas que continuam infectadas provavelmente estão inativas, já que a maioria das vítimas foi notificada do problema, disse o especialista em segurança Johannes Ullrich, que mantém o chamado Centro de Tempestades da Internet, que monitora ameaças na web.
Os Estados Unidos abriram processo contra sete pessoas por orquestrarem a fraude mundial na Internet. Seis delas foram presas na Estônia, e a sétima, que vivia na Rússia, continua foragida. O governo estoniano já extraditou dois dos homens para Nova York, onde compareceram à corte federal de Manhattan.
(Reportagem de Jim Finkle, em Boston; e de Basil Katz, em Nova York)

A Tecnologia e a Globalização

O progresso científico avança constantemente, pois precisa corresponder à demanda mundial por tecnologia. Porém, o desenvolvimento científico não tem sido o desenvolvimento da humanidade como um todo, fatores como: registro de propriedade intelectual, monopólio tecnológico e desigualdade social impedem que a ciência e a sociedade progridam juntas.
A ciência acentuou sua importância no decorrer da história humana, mudou a forma do homem lidar com a natureza e consigo mesmo; produziu conhecimentos que acarretaram mudanças positivas e negativas, ela está ligada ao fator sócio-político e cultural. A propriedade intelectual impede que o desenvolvimento científico - tecnológico ocorra de forma democrática entre às regiões do mundo. Enquanto países (praticamente o hemisfério sul) desfrutam de altos padrões de tecnologia, outros tendem a viver de forma socialmente ultrapassada.
Existe uma desigualdade mundial no uso da tecnologia que pode ser verificada, por exemplo, pelas diferenças no índice de desenvolvimento humano, na mortalidade infantil por doenças de fácil controle e epidemias de doenças decorrentes da ausência de saneamento básico, que afetam às nações mais pobres. A globalização ampliou os mercados comerciais e difundiu bens de consumo, mas não modificou o panorama da prosperidade pelo globo. Os países subdesenvolvidos são empregados somente para manter os altos padrões de vida dos países ricos; sendo este um fator que perpetua às desigualdades sociais no mundo.

Os desafios que a Tecnologia impões à Educação

Em recente entrevista à Revista TV Escola, três grandes educadores se manifestaram sobre um assunto que vem, há já algum tempo, mobilizando grande parte da comunidade educativa: a Tecnologia (Rádio, TV, Internet).
O professor Dr. Cláudio Moura e Castro, conselheiro chefe para Educação do Banco Interamericano de Desenvolvimento, com doutorado nos Estados Unidos da América, foi professor de universidades no exterior, da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo e da Universidade de Brasília e tem, como uma de suas áreas de pesquisa, as Políticas de Ciência e Tecnologia.  É colunista da revista Veja e autor e organizador do livro A Educação na Era da Informática e, como tal, uma personalidade no assunto.  Segundo ele, a Tecnologia é uma ferramenta, que, colocada nas mãos certas, transforma-se num instrumento de colossal produtividade.
Certamente o uso de tal ferramenta tem causado impacto na escola porém, é preciso ter bem claro que “Educação não se adquire surfando na internet” e sim utilizando-a adequadamente como um artesão é capaz de utilizar o canivete para produzir belas esculturas.
Segundo Moura e Castro “é preciso não confundir informação com educação.  O www é fonte inesgotável de informações” mas o próprio educador, em sua análise, chama a atenção para a qualidade dessa informação (boa, má, confiável ou não) e completa: “a web é um correio, é uma loja de livros e revistas eletrônicas” portanto, é preciso ser utilizada como fonte de pesquisa, de informação, e não como instrumento estrutural da Educação.
O vídeo, o computador, não falam com o aluno, não trocam idéias (perguntas e respostas) não motivam;  para isso é necessário a interferência dos recursos tecnológicos, se conseguirem compreender e colocar em prática seu papel de mediador, de orientador na construção do conhecimento.
Abalisado por suas pesquisas Moura e Castro declara: “A TV é um fabuloso instrumento de democratização do ensino de qualidade”.
O professor José Armando Valente, mestre em Ciência da Computação e Doutor pelo Instituto de Tecnologia de Massachusets (MIT), membro da Sociedade Brasileira de Informática Educativa declara que a “Tecnologia é o que foi inventado depois que a pessoa nasceu”, e diante dessa afirmativa, que segundo ele é Alan Kay, um ex-pesquisador da Apple (fabricante da Macintosh), sustenta sua opinião de que a tecnologia depende muito da relação que se estabelece com um determinado artefato. 
Atrevo-me a endossar as palavras do prof. Dr. José Armando, pois, durante muito tempo, senti-me uma analfabeta do futuro, enquanto não consegui estabelecer um contato mais intimo com essa máquina chamada computador e passava vergonha, diante de minhas netas, que já nasceram rodeadas de botões (vídeo,TV, computador) que, se acionados corretamente, colocam um mundo de informações, de divertimentos, a nossos pés.  O fato que e que não se pode fugir desta constatação: “vivemos inundados de informação, mais do que queremos ou podemos entender”, porém, isso não deve significar, e certamente não significa, que tenhamos melhor educação.  No entanto, é preciso que educadores estejam atentos para utilizar a tecnologia, criando condições para que seus alunos possam trabalhar com a informação recebida, pois, caso contrário, a difusão das tecnologias estará sempre pondo em xeque o papel da escola.
Urge, portanto, que se delineie um novo perfil de educador, capaz de mudar a abordagem pedagógica a partir da utilização adequada dos recursos tecnológicos disponíveis, formando cidadãos capazes de atuar numa sociedade complexa, em constante mudança.
Sobre assunto tão fascinante quanto complexo, também se pronuncia um famoso educador espanhol, naturalizado brasileiro, que se doutorou em Ciências da Comunicação pela universidade de São Paulo (USP – BR) e que, atualmente, se dedica a pesquisa as possibilidades de integração da comunicação interpessoal com as novas tecnologias na educação.
Para Moran “o conhecimento também se amplia quando desenvolvemos um novo olhar”, pois o educador confia em que o ser humano está sempre pronto a buscar uma saída, novas soluções para novos problemas.  Assim sendo, para ele, “a TV, o computador em rede e a Internet não são apenas recursos e sim meios de comunicação fundamentais para estabelecer pontos entre a escola e a vida” apesar de que ainda, em sua grande maioria, administradores e professores resistam, mantendo as tecnologias apenas como um apêndice, utilizando-as muito aquém de suas reais possibilidades.
Conclui-se que, quem ousa usar TV e computador na escola enfrenta um grande desafio: escolher, interpretar e atribuir significado às informações oferecidas pelos recursos da Tecnologia.
 
(*) Adreía De Luca – Psicóloga Clínica e escolar, especialista em Teoria Psicanalista, Orientadora e Educacional; cursando pós-graduação em Pscicópedagogia na UERJ.

Desafio aos professores: aliar tecnologia e educação

Seja por meio de celular, computador ou TV via satélite, as diferentes tecnologias já fazem parte do dia a dia de alunos e professores de qualquer escola. Contudo, fazer com que essas ferramentas de fato auxiliem o ensino e a produção de conhecimento em sala de aula não é tarefa fácil: exige treinamento dos mestres. A avaliação é de Guilherme Canela Godoi, coordenador de comunicação e informação no Brasil da Unesco, braço da ONU dedicado à ciência e à educação. "Ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional." O desafio é mundial. Mas pode ser ainda mais severo no Brasil, devido a eventuais lacunas na formação e atualização de professores e a limitações de acesso à internet - problema que afeta docentes e estudantes. Na entrevista a seguir, Godoi comenta os desafios que professores, pais e nações terão pela frente para tirar proveito da combinação tecnologia e educação.



 

Qual a extensão do uso das novas tecnologias nas escolas brasileiras?Infelizmente, não existem dados confiáveis que permitam afirmar se as tecnologias são muito ou pouco utilizadas nas escolas brasileiras. Censos educacionais realizados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep) mostram que a maioria das escolas públicas já tem à sua disposição uma série de tecnologias. No entanto, a presença dessas ferramentas não significa necessariamente uso adequado delas. O que de fato se nota é que ainda não conseguimos desenvolver de forma massiva metodologias para que os professores possam fazer uso dessa ampla gama de tecnologias da informação e comunicação, que poderiam ser úteis no ambiente educacional.
Quais devem ser as políticas públicas para incentivar as tecnologias em sala de aula?Elas precisam ter um componente fundamental de formação e atualização de professores, de forma que a tecnologia seja de fato incorporada no currículo escolar, e não vista apenas como um acessório ou aparato marginal. É preciso pensar como incorporá-la no dia a dia da educação de maneira definitiva. Depois, é preciso levar em conta a construção de conteúdos inovadores, que usem todo o potencial dessas tecnologias. Não basta usar os recursos tecnológicos para projetar em uma tela a equação "2 + 2 = 4". Você pode escrever isso no quadro negro, com giz. A questão é como ensinar a matemática de uma maneira que só é possível por meio das novas tecnologias, porque elas fornecem possibilidades de construção do conhecimento que o quadro negro e o giz não permitem. Por fim, é preciso preocupar-se com a avaliação dos resultados para saber se essas políticas de fato fazem a diferença.
As novas tecnologias já fazem parte da formação dos professores?Ainda é preciso avançar muito. Os dados disponíveis mostram que, infelizmente, ainda é muito incipiente a formação de professores com a perspectiva de criação de competências no uso das tecnologias na escola. Com relação à formação continuada, ou seja, à atualização daqueles profissionais que já estão em serviço, aparentemente nós temos avanços um pouco mais concretos. Há uma série de programas disponíveis que oferecem recursos a eles.
Para os alunos, qual o impacto de conviver com professores ambientados com as novas tecnologias?
As avaliações mais sólidas a esse respeito estão acontecendo no âmbito da União Europeia. Elas mostram que a introdução das tecnologias nas escolas aliada a professores capacitados têm feito a diferença em alguma áreas, aumentando, por exemplo, o potencial comunicativo dos alunos.
As relações dentro da sala de aula mudam com a chegada da tecnologia?O que tem acontecido - e acho que isso é positivo, se bem aproveitado - é que a relação de poder professor-aluno ganha uma nova dinâmica com a incorporação das novas tecnologias. Isso acontece porque os alunos têm uma familiaridade muito grande com essas novidades e podem se inserir no ambiente da sala de aula de uma maneira muito diferente. Assim, a relação com o professor fica menos autoritária e mais colaborativa na construção do conhecimento.
É comum imaginar que em países com um alto nível educacional a integração das novas tecnologias aconteça mais rapidamente. Já em países em desenvolvimento, como o Brasil, onde muitas vezes o professor tem uma formação deficitária, a incorporação seja mais lenta. Esse pensamento é correto?
Grandes questões sobre o assunto não se colocam apenas para países em desenvolvimento. É o caso, por exemplo, de discussões sobre como melhor usar a tecnologia e como treinar professores. O mundo todo discute esses temas, porque essas novas ferramentas convergentes são um fenômeno recente. Porém, também é correto pensar que nações onde as pessoas são mais conectadas e têm mais acesso a dispositivos devem adotar a tecnologia em sala de aula de modo mais amplo e produtivo. Outro fenômeno detectado no mundo todo é o chamado "gap geracional", ou seja, os professores não nasceram digitalizados, enquanto seus alunos, sim.
O senhor vê algum tipo de resistência nas escolas brasileiras à incorporação da tecnologia?
Não acredito que haja uma resistência no sentido de o professor acreditar que a tecnologia é maléfica, mas, sim, no sentido de que ele não sabe como utilizar as novidades. Não se trata de saber ou não usar um computador. Isso é o menor dos problemas. A questão em jogo é como usar equipamentos e recursos tecnológicos em benefício da educação, para fins pedagógicos. Esse é o pulo do gato.
Quais os passos para superar a formação deficitária dos professores?A Unesco sintetizou em livros seu material de apoio, chamado Padrões de Competências em Tecnologia da Informação e da Comunicação para Professores. Ali, dividimos o aprendizado em três grandes pilares. O primeiro é a alfabetização tecnológica, ou seja, ensinamos a usar as máquinas. O segundo é o aprofundamento do conhecimento. O terceiro pilar é chamado de criação do conhecimento. Ele se refere a uma situação em que as tecnologias estão tão incorporadas por professores e alunos que eles passam a produzir conhecimento a partir delas. É o caso das redes sociais. É importante lembrar que esse processo não é trivial, ele precisa estar inserido na lógica da formação do professor. Não se deve achar que a simples distribuição de equipamentos resolve o problema.

II SEMTECPI DE PALMEIRA DOS ÍNDIOS


A secretaria Municipal de Educação através do empenho do Prefeito James Ribeiro vem trabalho através de ações de inclusão digital em todo o município e com isso estamos avançando no uso das novas tecnologias como uma ferramenta pedagógica. Desde modo estamos organizando o II SEMTECPI, que acontecerá no mês de Agosto de 2012, onde será realizado na Escola Municipal Drº Gerson Jatobá Leite, nesta cidade. Neste encontro serão discutidos ações que podem melhorar  a qualidade dos nossos profissionais da educação no uso das tecnologias em todo municipio de Palmeira dos Índios .



Erika Cristiani Mota Brandão 
Coordenadora Geral 
NTM